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[FCC] 17 Questões de Língua Portuguesa para Concursos

10 Questões de Língua Portuguesa para concursos públicos elaboradas pela Banca Examinadora Fundação Carlos Chagas - FCC.

10 Questões de Língua Portuguesa da FCC

Questões da prova do Cargo: Analista em Gestão Especializado de Defensoria - Ciências Contábeis no Ano: 2018 para Órgão: DPE/AM de Nível: Superior. Sugeridas para candidatos que se preparam para concursos públicos.

CONHECIMENTOS GERAIS

Língua Portuguesa


Atenção: Considere o texto abaixo para responder às perguntas de números 1 a 9.

As crianças gostam de brincadeiras que sejam imitativas e repetitivas, mas, ao mesmo tempo, inovadoras. Firmam-se no que lhes é conhecido e seguro, e exploram o que é novo e nunca foi experimentado.
O termo “arremedo” pode implicar algum grau de intenção, mas imitar, ecoar ou reproduzir são propensões psicológicas (e até fisiológicas) universais que vemos em todo ser humano e em muitos animais.
Merlin Donald, em Origens do pensamento moderno, faz uma distinção entre arremedo, imitação e mimese: o arremedo é literal, uma tentativa de produzir uma duplicata o mais exata possível.
A imitação não é tão literal quanto o arremedo. A mimese adiciona uma dimensão representativa à imitação. Em geral, incorpora o arremedo e a imitação a um fim superior, o de reencenar e representar um evento ou relação. O arremedo, segundo Donald, é visto em muitos animais; a imitação, em macacos e grandes primatas não humanos; a mimese, apenas no ser humano. A imitação, que tem um papel fundamental nas artes cênicas, onde a prática, a repetição e o ensaio incessantes são imprescindíveis, também é importante na pintura e na composição musical e escrita. Todos os artistas jovens buscam modelos durante os anos de aprendizado. Nesse sentido, toda arte começa como “derivada”: é fortemente influenciada pelos modelos admirados e emulados, ou até diretamente imitados ou parafraseados.
Mas por que, de cada cem jovens músicos talentosos ou de cada cem jovens cientistas brilhantes, apenas um punhado irá produzir composições musicais memoráveis ou fazer descobertas científicas fundamentais? Será que a maioria desses jovens, apesar de seus dons, carece de alguma centelha criativa adicional? Será que lhes faltam características que talvez sejam essenciais para a realização criativa, por exemplo, audácia, confiança, pensamento independente?
A criatividade envolve não só anos de preparação e treinamento conscientes, mas também de preparação inconsciente. Esse período de incubação é essencial para permitir que o subconsciente assimile e incorpore influências, que as reorganize em algo pessoal. Na abertura de Rienzi, de Wagner, quase podemos identificar todo esse processo. Há ecos, imitações, paráfrases de Rossini, Schumann e outros − as influências musicais de seu aprendizado. E então, de súbito, ouvimos a voz de Wagner: potente, extraordinária (ainda que horrível, na minha opinião), uma voz genial, sem precedentes.
Todos nós, em algum grau, fazemos empréstimos de terceiros, da cultura à nossa volta. As ideias estão no ar, e nos apropriamos, muitas vezes sem perceber, de frases e da linguagem da época. A própria língua é emprestada: não a inventamos. Nós a descobrimos, ainda que possamos usá-la e interpretá-la de modos muito individuais. O que está em questão não é “emprestar” ou “imitar”, ser “derivado”, ser “influenciado”, e sim o que se faz com aquilo que é tomado de empréstimo.

(Adaptado de: SACKS, Oliver. O rio da consciência. Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo: Cia. das Letras, 2017, ed. digital)

1. Considere as afirmações abaixo.
I. A mimese, prática observada apenas em seres humanos, consiste na recriação de uma determinada situação a partir do arremedo ou da imitação, com a finalidade de reinterpretá-la, conferindo-lhe novo significado.
II. Pode-se observar, a partir das brincadeiras infantis, que as crianças são atraídas tanto pelo familiar e conhecido como pelo inovador e inusitado.
III. A imitação e o arremedo, práticas importantes para certas áreas, como o teatro, são condenáveis quando se trata de uma composição literária, já que, conforme se infere da opinião do autor, podem, nesse caso, constituir plágio.

Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e II.
(B) II e III.
(C) II.
(D) I e III.
(E) I.

2. No contexto, afirma-se corretamente:
(A) Em o arremedo é literal, uma tentativa de produzir uma duplicata o mais exata possível (3o
parágrafo) há uma crítica enfática à prática de simular.
(B) Esse período de incubação (6o parágrafo) refere-se aos anos de preparo imprescindíveis àqueles destituídos de audácia, confiança e pensamento independente.
(C) A afirmativa Há ecos, imitações, paráfrases de Rossini, Schumann e outros (6o parágrafo) censura o caráter pouco criativo
de Wagner.
(D) O termo “derivada” (4o parágrafo) indica que, durante o período de aprendizagem, os jovens artistas são influenciados por outros artistas e chegam mesmo a imitá-los.
(E) O elemento “a” retoma “cultura” no segmento Nós a descobrimos (último parágrafo).


3. ainda que horrível, na minha opinião (6o parágrafo)
O segmento sublinhado acima estabelece, no contexto, noção de
(A) conclusão.
(B) concessão.
(C) finalidade.
(D) causa.
(E) conformidade.

4. O verbo que, no contexto, pode ser flexionado em uma forma do plural, sem que nenhuma outra modificação seja feita na frase, está em:
(A) ... apenas um punhado irá produzir composições musicais memoráveis...
(B) A mimese adiciona uma dimensão representativa à imitação.
(C) A criatividade envolve não só anos de preparação e treinamento conscientes...
(D) ... a maioria desses jovens, apesar de seus dons, carece de alguma centelha criativa...
(E) Merlin Donald, em Origens do pensamento moderno, faz uma distinção entre…

5. Será que lhes faltam características (5o parágrafo)
O segmento que exerce a mesma função sintática do sublinhado acima está também sublinhado em:
(A) As ideias estão no ar.
(B) A mimese adiciona uma dimensão representativa à imitação.
(C) que as reorganize em algo pessoal.
(D) Há ecos, imitações, paráfrases de Rossini.
(E) A criatividade envolve não só anos de preparação e treinamento.

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6. As vírgulas indicam a elipse de um verbo em:
(A) e nos apropriamos, muitas vezes sem perceber, de frases e da linguagem da época.
(B) Todos nós, em algum grau, fazemos empréstimos de terceiros...
(C) O arremedo [...] é visto em muitos animais; a imitação, em macacos e grandes primatas não humanos; a mimese, apenas no ser humano.
(D) Na abertura de Rienzi, de Wagner, quase podemos identificar todo esse processo.
(E) O termo “arremedo” pode implicar algum grau de intenção, mas imitar, ecoar ou reproduzir são propensões [...] universais.

7. A imitação, que tem papel fundamental nas artes cênicas, onde a prática, a repetição e o ensaio incessantes são imprescindíveis... (4o parágrafo)
Sem prejuízo para a correção e o sentido, o segmento sublinhado acima pode ser substituído por:
(A) o qual é papel fundamental
(B) cujo papel é fundamental
(C) onde há um papel fundamental
(D) à qual possui um papel fundamental
(E) pelo qual se constitui papel fundamental

8. E então, de súbito, ouvimos a voz de Wagner
Transformando-se o segmento sublinhado acima em sujeito da frase, a forma verbal resultante será:
(A) é ouvido.
(B) se ouvem.
(C) é ouvida.
(D) fomos ouvidos.
(E) foram ouvidas.

9. Afirma-se corretamente:
(A) No segmento que talvez sejam essenciais para a realização criativa, o elemento sublinhado pode ser suprimido, uma vez que se encontra diante da preposição “a”.
(B) Caso o elemento sublinhado em A mimese adiciona uma dimensão representativa à imitação seja substituído por “arte de imitar”, o sinal indicativo de crase deve ser suprimido.
(C) Sem prejuízo da correção e do sentido, o elemento sublinhado em Firmam-se no que lhes é conhecido e seguro pode ser substituído por “à elas”.
(D) Na frase “vemos em todo ser humano e em muitos animais propensões psicológicas, e até fisiológicas, à imitar”, o uso do sinal indicativo de crase é adequado.
(E) O sinal indicativo de crase no segmento fazemos empréstimos de terceiros, da cultura à nossa volta é facultativo e pode ser suprimido.


10. Está correta a redação do seguinte comentário:
(A) Apresentam-se nas brincadeiras de fingir o impulso de imitar, frequentemente usando brinquedos para ensaiar e reprisar relações já existentes.
(B) Constitue um arremedo, a reprodução exata de uma expressão facial, ou a duplicação exata do som de outra ave por um papagaio.
(C) Atraído pela narrativa, não apenas as crianças solicitam e apreciam histórias contadas por adultos, mas também criam as suas próprias.
(D) Inventar histórias e criar mitos são atividades primordialmente humanas e universais, um modo fundamental de tentar compreender o mundo que nos cerca.
(E) No período em que se relega os problemas ao esquecimento e a mente se distrai, parece que existe uma atividade inconsciente capaz de resolver questões por si só.

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Gabarito das 10 Questões de Língua Portuguesa da FCC


10 Questões de Língua Portuguesa da FCC


7 Questões de Língua Portuguesa da FCC


Nesta sequência trouxemos 7 questões de língua portuguesa do Cargo: Analista Judiciário - Área Judiciária, Ano: 2018, Órgão: TRT 15ª, Instituição: FCC, Nível: Superior

CONHECIMENTOS GERAIS
 Língua Portuguesa
Atenção: Para responder às questões de números 1 a 7, baseie-se no texto abaixo.
Sabedoria de Sêneca

Entre as tantas reflexões sábias que o filósofo estoico Sêneca nos deixou encontra-se esta: “Deve-se misturar e alternar a solidão e a comunicação. Aquela nos incutirá o desejo do convívio social, esta, o desejo de nós mesmos; e uma será o remédio da outra: a solidão curará nossa aversão à multidão, a multidão, nosso tédio à solidão”. É uma proposta admirável de equilíbrio, válida tanto para o século I, na pujança do Império Romano em que Sêneca viveu, como para o nosso, em que precisamos viver. É próprio, aliás, dos grandes pensadores, formular verdades que não envelhecem. Nesse seu preciso aconselhamento, Sêneca encontra a possibilidade de harmonização entre duas necessidades opostas e aparentemente inconciliáveis. O decidido amor à solidão ou a necessidade ingente de convívio com os outros excluem-se, a princípio, e marcariam personalidades radicalmente distintas. Mas Sêneca sabe que ambas podem ser insatisfatórias em si mesmas: a natureza humana comporta impulsos contraditórios. Por isso está no sistema filosófico dos estoicos a noção de equilíbrio como princípio inescapável para o que consideram, como o melhor dos nossos destinos, a “tranquilidade da alma”. Esse equilíbrio supõe aceitarmos as tensões polarizadas de nossa natureza dividida e aproveitar de cada polaridade o que ela tenha de melhor: a solidão nos impulsiona para o reconhecimento de nós mesmos, para a nossa identidade íntima, para a diferença que nos identifica entre todos; a companhia nos faz reconhecer a identidade do outro, movida pela mesma força que constitui a nossa. Sêneca, ao reconhecer que somos unos em nós mesmos, lembra que essa mesma instância de unidade está em todos nós, e tem um nome: humanidade. (Altino Sampaio, inédito)


 1. Em síntese, a reflexão de Sêneca transcrita no texto incide sobre
(A) um diálogo entre duas situações radicalmente opostas, no qual cada uma só se afirma na medida em que suprime a outra.
(B) uma oposição entre sentimentos supostamente inconciliáveis que, no entanto, ganham complementaridade em sua alternância.
(C) uma contenda entre duas iniciativas de comportamento na qual ambas são superadas pelo surgimento de uma terceira alternativa.
(D) uma alternância entre duas soluções para um único problema, qual seja, o do indivíduo que só deseja superar seu estado de isolamento.
(E) um confronto entre duas providências radicalmente opostas, que devem ser mantidas nessa condição estática para se fortalecerem.

2. Ao considerar uma relação entre a aversão à multidão e o tédio à solidão, Sêneca subentende que
(A) ambos os sentimentos representam a mesma necessidade que têm as pessoas de afirmar sua autossuficiência diante da incompletude alheia.
(B) a qualidade salientada em cada um desses estados faz com que nenhum deles, em separado, seja visto com carga negativa.
(C) multidão e solidão são, em si mesmas, condições humanas satisfatórias, sobretudo quando a cada uma delas se atribua um valor absoluto.
(D) a comunicação e o isolamento são alternativas passageiras, já que sempre optamos por um deles como escolha definitiva.
(E) a qualidade negativa de cada um dos termos dessa relação é o que levará ao reconhecimento da necessidade que tem do outro.

3. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:
(A) formular verdades que não envelhecem (1o parágrafo) = fomentar razões permanentes
(B) Esse equilíbrio supõe aceitarmos (3o parágrafo) = Tal estabilidade conta com que admitamos
(C) necessidades opostas e aparentemente inconciliáveis (2o parágrafo) = motivos divergentes e supostamente irretratáveis.
(D) princípio inescapável (2o parágrafo) = postulado inapreensível
(E) nos incutirá o desejo do convívio (1o parágrafo) = estimulará nosso intento de cumplicidade

 4. Está plenamente correta, clara e coerente a redação deste livre comentário sobre o texto:
(A) Lendo esta passagem de Sêneca, é forçoso admitir-se de que suas verdades falam fundo conosco mesmos, uma vez que enaltecem tanto nossos defeitos quanto nossas virtudes.
(B) É próprio do estoicismo a decisão de buscar a qualquer custo o equilíbrio onde as forças opostas ensejem combinar-se de modo a constituir uma plena harmonização entre si.
(C) Trata-se de encontrar conforto em nosso ilhamento social, quando este significa sobretudo, esquecermos de que somos uma espécie constituída para se contar com as regras de um bom convívio.
(D) Àqueles que se censuram, culpando-se por sua aversão à vida social, Sêneca lembra que esse sentimento pode ser superado, quando o tédio à solidão leva à busca da multidão. (E) Sêneca encontrou numa alternativa entre vida pessoal e vida pública a fórmula para remeter uma a outra, de modo que ambas possam ser objeto de insatisfação à medida mesma em que se complementam.

5. Há forma verbal na voz passiva e pleno atendimento às normas de concordância na frase:
(A) Aconselhamentos precisos, como os de Sêneca, são aqueles a que não faltam a certeza da boa aplicação, seguido do efeito maior da paz de espírito.
(B) São de se exaltar entre as tantas reflexões de Sêneca sua acuidade em buscar preservar o senso de equilíbrio nas difíceis escolhas humanas.
(C) Em meio a tensões polarizadas, é comum que se ignorem a necessidade de equilíbrio dentro da alternância, parece advertir-nos o postulado de Sêneca.
(D) Não há por que considerar definitivo, em nosso cotidiano, impulsos contraditórios que dividem nossos desejos e desafiam nosso equilíbrio.
(E) Uma vez atendidas as duas necessidades humanas a que Sêneca faz referência, preservam-se igualmente o senso de equilíbrio e a dialética.


6. A pontuação e a correlação entre tempos e modos verbais ocorrem de modo plenamente adequado na frase:
(A) Sêneca numa de suas reflexões mais sábias acredita que nossa natureza, dividida pode compensar essa divisão, com o recurso da consciente alternância.
(B) Se a solidão não nos impulsionasse, para o reconhecimento de nós mesmos, não haverá qualquer vantagem, em nos rendermos ocasionalmente a ela.
(C) Acredita Sêneca que toda lição sabiamente apreendida por um poderá servir-nos a todos, uma vez reconhecidos como seres igualmente unos em nós mesmos.
(D) Esse equilíbrio, suporia que aceitemos as tensões que venham a polarizar nossa natureza dividida por exemplo, entre o estado de solidão e a vida comunicativa.
(E) Caso a solidão venha a ocorrer, como um estigma definitivo, seria possível que se perca de vez a própria necessidade de comunicação, que estaria na nossa natureza.

7. Tratando do estado de solidão ou da necessidade de convívio, Sêneca vê no estado de solidão uma contrapartida da necessidade de convívio, assim como vê na necessidade de convívio uma abertura para encontrar satisfação no estado de solidão.
 Evitam-se as viciosas repetições do texto acima substituindo-se os elementos grifados, na ordem dada, por:
(A) naquele − desta − nesta − naquele
(B) nisso − daquilo − naquela − deste
(C) este − do outro − na primeira − no último
(D) nisto − disso − naquela − desse
(E) na primeira − do segundo − numa − noutra


Gabarito das questões de Língua Portuguesa AJAJ TRT15


10 Questões de Língua Portuguesa da FCC





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João 3 16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.